Cirurgias

O Paciente geralmente é internado no mesmo dia da cirurgia, sendo encaminhado para o Centro Cirúrgico, onde é realizada a anestesia geral e preparo para a cirurgia, o que dura em torno de 30 a 45 min, depois a operação é realizada em cerca de 01:30 a 02:00h, em seguida o despertar da cirurgia que dura em torno de 20min, após este período o paciente é encaminhado ao Centro de recuperação pós-anestésica por um período de aproximadamente 2h, até que esteja plenamente acordado, sendo então encaminhado para o quarto, este processo dura em média 5h, entre subida para a cirurgia e descida para o leito, a maioria dos pacientes vai para o quarto, alguns necessitam de cuidados em unidade fechada como UTI ou semi-intensiva, devido a doenças associadas.

No primeiro dia logo após a operação o paciente é estimulado a andar e beber 30ml de líquido a cada hora, no segundo dia, são oferecidos líquidos em um volume maior e no outro dia pela manhã o paciente tem alta hospitalar(48h), sendo então orientado quanto ao uso de vitaminas, medicações e dieta.

No primeiro mês o paciente faz uso de dieta líquida e semi-líquida, depois evolui para pastosa, carnes brancas e por fim cerca de três meses depois carne vermelha que é a mais difícil de digerir.

Depois da Cirurgia

Ao sair do centro cirúrgico o paciente deverá ficar deitado nas próximas 4 horas – período em que os medicamentos anestésicos estarão sendo eliminados pelo seu corpo.

Após este período, poderá sair da cama para ir ao banheiro, ou mesmo ficar sentado na poltrona do seu quarto.

O mais importante é lembrar que antes de sair do leito deverá ficar sentado com as pernas para fora da cama, pelo período mínimo de 20 minutos.

Este procedimento é necessário para que não fique tonto ao se levantar. A tontura acontece porque quando ficamos um período muito longo deitado há uma adaptação do coração, diminuindo a pressão sanguínea.

A cirurgia tem riscos?

Toda cirurgia pode apresentar riscos, inclusive risco de morte. Atualmente as publicações médicas referem um risco de morte desta operação entre 0,2 a 0,4 % ( 2 a 4 casos em mil cirurgias). Isto é equivalente a uma cirurgia de risco pequeno, porém presente.

Na nossa prática conseguimos números inferiores devido a um trabalho conjunto da equipe cirúrgica, do anestesista, enfermagem e fisioterapia.

Complicações também não são comuns, mas podem ocorrer em torno de 1% dos casos.

Entre as complicações que mais preocupam o cirurgião estão a trombose venosa profunda que é o entupimento das veias da perna; pneumonia (infecção no pulmão); atelectasia (quando parte do pulmão murcha e não quer se expandir); e finalmente a fístula (quando há o extravasamento do conteúdo intestinal ou do estômago por uma abertura das costuras feitas durante a cirurgia) que, de todas as complicações é a que mais preocupa o cirurgião.

O que é uma fístula?

Fístula é quando ocorre um “vazamento” do conteúdo do estômago ou intestinal para dentro da cavidade abdominal. De todas as complicações que existem relacionadas à cirurgia , esta é a mais temida pelos cirurgiões.

Atualmente, um dos grandes desafios das empresas que fabricam materiais para a cirurgia de obesidade é criar um produto que evite o aparecimento de fístulas.

Inúmeros produtos estão a disposição mas nenhum é comprovadamente eficiente na prevenção das fístulas.

As causas do aparecimento das fístulas são variadas. Entre as mais observadas estão: a ingestão alimentar exagerada pelo paciente nos primeiros dias de pós-operatório, uma deficiência do suprimento sanguíneo no estômago operado e até uma “rejeição” do estômago aos “grampos” utilizados na cirurgia.

As fístulas usualmente ocorrem em menos de 1% dos casos em serviços de cirurgia bariátrica de excelência.

Se algum cirurgião te falar que não tem fístulas… desconfie. Os números estatísticos que se referem à incidência de fístulas estão em todas as publicações médicas pelo mundo. Não acreditamos que este profissional tenha recebido uma bênção divina que faça com que só ele não tenha complicações.

Ter complicações faz parte do risco de qualquer cirurgia. É neste momento que você descobre se escolheu o cirurgião correto. Os melhores cirurgiões não precisam esconder a verdade e sabem o que fazer para resolver o problema.

Gastrectomia Vertical ou Sleeve

Consiste em uma ressecção (retirada) de dois terços do estômago em seu eixo vertical transformando-o em um tubo afilado.

Esta cirurgia se baseia em dois princípios: o da restrição do volume alimentar ingerido e o da retirada de uma área do estômago onde é produzido um hormônio chamado grelina. Este hormônio é responsável por gerar a sensação de fome. Outras partes do intestino delgado também produzem este hormônio e ainda não se conhece totalmente suas ações.

A grande vantagem desta cirurgia é que pacientes submetidos a ela necessitam de pouca ou, em alguns casos, nenhuma suplementação vitamínica.

É bem indicada em pacientes com anemias crônicas, osteoporose grave ou ainda em condições clínicas que necessitem a primeira porção do intestino para absorção de medicamentos. Também está indicada em pacientes que estejam dispostos a não perder tanto peso.

É uma cirurgia que está ganhando bastante popularidade no mundo , alcançando o número de bypass gástrico realizado (atualmente a cirurgia mais feita). Existem vários motivos para explicar este fenômeno. Entre eles está o fato de não mexer no intestino e não causar problemas nutricionais.

Aqui se torna obrigatório fazer um acompanhamento psicológico adequado da clínica. A perda média de peso é de 25 a 30% do peso inicial, se houver reganho de peso é possível a realização de outras cirurgias bariátricas subsequentes.

Não deve ser indicada em pacientes comedores de doce e que tenham doença do refluxo gastroesofágico, porque piora esta condição. O acompanhamento com o psiquiatra é fundamental para o tratamento da compulsão alimentar, componente comum no paciente com obesidade.

Bypass Gástrico ou Cirurgia de Fobi-Capella

Bypass é uma palavra inglesa que significa desvio. E é exatamente isto que é feito nesta cirurgia. Um desvio de uma grande parte do estômago e uma pequena parte do intestino delgado.

Ela consiste em uma redução do estômago através de grampeamento. O estômago é dividido em duas partes: uma menor que será por onde o alimento irá transitar e outra maior que ficará isolada. Este pequeno estômago é então ligado ao intestino para que o alimento possa seguir seu curso natural.

Todas as secreções do estômago separado serão levadas através do intestino a uma nova costura feita adiante no intestino que é costurado no “estômago pequeno”. (para entender melhor veja o vídeo)

O fato de o estômago ficar menor não quer dizer que você irá passar fome. O pouco que ingerir irá dar saciedade.

Atualmente sabemos que existe um hormônio responsável pelo nosso apetite chamado grelina. Este hormônio é produzido em todos os segmentos do trato digestivo, mas é produzido em maior quantidade na parte do estômago que irá ficar isolada depois desta cirurgia, gerando uma inapetência no período pós-operatório.

É muito comum depois desta operação os pacientes perderem totalmente o apetite. Com o tempo o apetite volta devido ao aumento de produção deste hormônio pelo intestino. É muito importante não confundir apetite com “vontade de comer”.

A perda média de peso nesta cirurgia é de 35 a 40% do peso inicial.

O vídeo é uma representação do que ocorre na cirurgia. Algumas variações técnicas são possíveis e podem acontecer de cirurgião para cirurgião. Estas pequenas modificações não alteram os princípios básicos que estão representados no vídeo ilustrativo.

Aqui vão algumas recomendações:

Se faz uso de algum medicamentos antes da cirurgia , deve continuar utilizando-os até o seu médico pedir para você parar.

Para tomar o comprimido nos valemos de uma simples regra no pós-operatório : se o comprimido for grande, parta-o em pequenos pedaços. Se for em cápsula, abra a cápsula e derreta o conteúdo em 10ml de água. Se for pequeno (do tamanho de um grão de milho) pode engolir. Depois da primeira semana procure seu clínico, cardiologista ou endocrinologista para controle de sua doença.

É muito comum pacientes diabéticos e hipertensos melhorarem ou até ficarem livres de suas doenças depois desta cirurgia.

Cerca de 70% dos hipertensos e 85% dos diabéticos têm uma melhora significativa ou até o desaparecimento da doença. Ao longo dos anos um grupo de pacientes pode voltar a ter as doenças , mas mesmo assim um grande número, não.

Após a operação o jejum continuará até que o médico libere a dieta. Receberá o líquido necessário no pós-operatório através do soro. É por este acesso venoso que receberá antibióticos, analgésicos e outros medicamentos para seu bem-estar até a alta hospitalar.

Receberá uma pequena injeção sob a pele que é para prevenir o aparecimento de trombose. Chama-se heparina de baixo peso molecular.

Uma fisioterapeuta fará sessões de exercícios para evitar complicações respiratórias ou de trombose. Estes exercícios irão fazer com que a recuperação seja mais rápida.

Lembre que deverá ficar o máximo possível fora da cama após a cirurgia, desta forma poderá ajudar a evitar algumas complicações.

Após 2 ou 3 dias internado receberá alta.

Depois de uma semana

Ao completar uma semana de operado deve retornar à clínica. O próximo retorno será em 3 semanas, quando completará um mês. Habitualmente , se não houver qualquer contraindicação, recomendamos iniciar as atividades físicas com 30 dias de operado(a).

Não esqueça de seguir todas as orientações da nutricionista. As vitaminas e sais minerais são de extrema importância para que seu pós-operatório seja saudável.

Seus próximos retornos deverão ser com 3 meses, 6 meses e anualmente.

Nestes retornos serão pedidos exames de sangue e eventualmente endoscopia e ecografia, para avaliar a sua evolução. O objetivo é simples: queremos que emagreça com saúde!

Cuidados com a Estética

Os cuidados com a estética começam logo após a cirurgia.

A qualidade de sua perda de peso depende em grande parte da sua participação ativa neste processo. A reposição regular das vitaminas e controle da sua evolução durante os primeiros meses, quando há uma perda de peso mais acentuada, é fundamental. Sua pele, cabelos e unhas respondem rapidamente à esta perda de peso. Por isso, insistimos na importância do acompanhamento de nutricionista.

Exames de sangue com 3 meses, 6 meses e anualmente vão nos dar uma noção de como você está.

Você estará apto a fazer massagens e drenagem linfática1 a partir de 15 dias após a cirurgia.

A cirurgia plástica por sua vez é liberada após um ano de cirurgia, quando há uma estabilização na perda de peso. Procure referências sobre seu cirurgião plástico, atualmente existem cirurgiões plásticos especializados em pacientes operados de obesidade.Ter informações sobre o cirurgião que você escolheu, através de pacientes já operados ou do site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica também ajuda.

Procure fazer os reparos em etapas, evite muitos procedimentos ao mesmo tempo. O bom julgamento do cirurgião plástico é fundamental para você atingir seus objetivos.

Hábitos Alimentares

Mudar a forma de se alimentar não é um bicho de sete cabeças, ter bons hábitos alimentares não significa passar fome ou se restringir a poucos alimentos.

Significa fazer escolhas inteligentes! Não esqueça: coma DEVAGAR! Ao mastigar, você irá estimular inúmeros centros associados à fome, saciedade e digestão.

Guarde o momento da refeição para você.

Evite ficar na mesa quando acabar o seu prato. Muitas vezes ficamos “beliscando” depois de comer e isto só piora as coisas. Alguém tem que sair da mesa: você ou a comida.

Preste atenção na sua capacidade de ficar longe dos carboidratos (massas e doces). Boicotar constantemente as dietas pode ser um sinal de um distúrbio de comportamento alimentar. Neste caso precisa de ajuda de um bom psiquiatra. Na clínica temos dois psiquiatras muito experientes nesta área.

Atividade Física

A atividade física vem sendo proposta como uma das armas mais eficientes na perda de peso satisfatória e a sua manutenção.

Atualmente recomenda-se um estilo de vida ativo que atinja os níveis mínimos recomendados para a redução de peso (150 a 300 min/semana) através de atividades físicas variadas, e/ou com a participação em um programa regular e bem prescrito de exercícios físicos.

A finalidade é diminuir as causas de mortalidade geral em indivíduos obesos, reduzindo os riscos de doenças associadas como doença coronariana, infarto, diabetes tipo II e alguns tipos de câncer.

Uma vida mais ativa também relaciona-se à redução da pressão sanguínea, melhora dos níveis de colesterol e triglicerídeos, do processo inflamatório crônico que é a obesidade e outros problemas cardíacos. Diminuir a resistência à insulina tem um importante papel no balanço energético e portanto no controle do peso.

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